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do que a perua de fato é a perua emergente. Já é difícil eu conversar sobre
marcas e outras tantas futilidades que imperam no mundo delas, mas em se
tratando daquelas que entraram nesse mundinho na última chamada, a coisa fica
ainda mais sacrificante. As peruas emergentes, em sua maioria, alcançaram esse posto ao se casar com um cara bem de vida. Não querendo rotular, mas já. Não
trabalham, seja por opção ou não. E já dizia a minha mãe: as pessoas que não
trabalham não sabem o valor das coisas importantes da vida.
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A
rotina exaustiva que as acompanha é preenchida por compras, salão de beleza,
chá das cinco e, por fim, um yoga para relaxar. É, bastante exaustiva mesmo, sem qualquer tom irônico! Fico cansada só de me imaginar passando mais que uma
hora no salão. Mas, o que de mais marcante as acompanha cotidianamente é a
terrível lembrança de um passado não rico. E, exatamente por isso, elas
apresentam uma aversão bem característica a qualquer coisa que recorde de longe
o passado que não pode de modo algum ser revelado.
Elas
não suportam a ideia de estarem com pessoas de menor renda, muito menos de serem
confundidas com uma delas. Agora elas são ricas e que fique bem claro isso. Julgam
pobre a maioria dos hábitos que aprenderam quando criança, muitas vezes
ensinado pelos seus próprios pais. Não gostam de centro das cidades cheio de
lojas populares e pessoas diversas, nem que seja apenas pra comprar um
prendedor de cabelo. Elas não gostam de se misturar. A palavra “promoção”
deixou de existir no seu estreito vocabulário. Elas têm prazer em não apenas
pagar mais caro, mas espalhar isso pra todos.
E,
como transmitimos aos outros apenas aquilo que nós temos, a herança deixada por
elas a respeito da definição de valor é um tanto distorcida. Quais as chances que seus bebês, vestidos como mini-adultos, têm de não enxergar a vida futuramente por esse ângulo fechado? É um ciclo vicioso, no qual a gente vibra ansiosamente por uma criança rebelde que resista a
ele. Ostentar riqueza parece que virou moda. Uma pena! Bom mesmo seria se se
mantivesse em moda permanente a riqueza da alma e os valores da vida, frequentemente repetidos na minha infância, como se só se pudesse tornar adulto depois de isso estar bem claro. Que sorte a minha!
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