18 junho 2011

Voar.


"Recém-casados, dois jovens procuraram um casal de velhinhos, de mais ou menos 80 anos, que moravam juntos em cima de um monte, bem distante, há muitos anos.
- Qual o segredo para uma união durável? - perguntaram os jovens.
- Pega uma águia macho e ela, uma águia fêmea. Quando trouxeres as águias, eu digo o segredo a vocês. - disse o velhinho.
Os jovens saíram floresta a dentro na tentativa de conseguir capturar as aves. Tempo depois, eles retornaram todos arranhados, sujos e com as águias. Subiram o monte e as entregaram para o velhinho. Este amarrou uma águia a outra e as soltou. As águias alçaram vôo juntas. Mas, só alcançavam três metros de altura. E depois, retornavam para o chão.
O velhinho, então, inteligentemente revelou: Para alçar vôos maiores, elas precisam estar soltas."

Hoje, há poucas horas, meu mestre-pai me agraciou com esse conto chinês, logo após eu afirmar o quanto eu acredito na importância da individualidade num relacionamento. Que maravilha! Ser como uma águia... - disse a ele, como quem acabara de descobrir algo.

Não penso em metades.
Metade da laranja, do limão ou meio copo de vodka. Não!
Eu sou um inteiro. E sempre quis outro inteiro.
Até porque é assim que o outro se vê também, é assim que se sente e assim que se quer viver.

Entende que o outro precisa estar junto, mas também estar só. E que juntar nem sempre é prender, na maioria das vezes, não o é. Que não se anda de mãos dadas sozinho, mas que as suas duas próprias mãos pode fazer muito mais do que se pode imaginar. E que, pra isso, é preciso desentrelaçar dedos, soltar-se, desatar-se. E então, vê que mais que duas, existem quatro mãos. E entende que ser carregada para cruzar a porta do apartamento novo é tão confortável quanto se pensa (e tão romântico também!). Mas que, portas maiores exigem alçar vôos maiores. E para chegar mais longe, é necessário caminhar com as suas próprias pernas, sem lenço e sem documento, num sol de quase dezembro. Por que não?

Não quero me ver apenas como a soma de metades.
Mas, dois em um. E também um em dois.
Quem não consegue viver bem consigo mesmo, fica ali amarrado a uma falta existente em si que só ele mesmo pode preencher. Ninguém mais. Enquanto não se auto-completar, ficará sempre em busca de metades externas que ensaiam a sua própria identidade.

Certas coisas que há em mim são inegociáveis.
E a individualidade, dessa eu não abro mão.

13 junho 2011

(500) Dias com Ela.





“... Esta é a história do garoto que conhece a garota.
Mas você deve saber que não é uma história de amor.”

Começou o verão. Summer.

Parece uma comédia romântica. Pois bem, comédia pode até ser. Romântica, não necessariamente.

Subverte papéis. Subverte regras.

Enquanto ele vive no seu mundo sem cor de produtor de cartões, ela recebe em média 18,4 olhadas por dia.

Ele se apaixona. Ela não. Não o suficiente.

Uma ótica masculina. E cá entre nós, eu gosto bastante das visões masculinas.

Ela é misteriosa, capaz de despertar amor e ódio. E que me perdoe a possível identificação vivida pelos autores em sua nota inicial... Bitch? Até eu queria ser a mera coincidência de um filme assim.

A trilha sonora é personagem do filme tão importante quanto Summer e Tom. Quelqu’un m’a dit... Que maravilha!

Narrado num tempo não linear, não cronológico, não previsível.

O amor retratado de maneira absolutamente honesta e sincera.

Expectativa x Realidade.
Indubitavelmente, uma das melhores cenas!

Mudaram as estações, algo mudou?
Chegou o outono. Autumn.

 
De Marc Webb, um filme inteligente, envolvente, nada clichê.
Recomendo. Se recomendo...

Exatamente assim.



Eu não preciso disso, sinceramente não preciso.

Não preciso falar de assuntos dos quais eu não gosto, só para ser aceita numa conversa. Não preciso rir das coisas que eu não acho a menor graça, só para parecer legal. Não preciso fazer coisas das quais eu não tenho a mínima vontade de fazer, só para não “ficar de fora”. E muito menos preciso discordar de mim mesma, só para concordar com os outros.

Não preciso e não quero.

Não quero puxar o saco de ninguém só para que gostem de mim. E não me importa se irão gostar ou não.

Sabe o que realmente me importa?
As pessoas de quem eu gosto. Essas sim me importam!

Importa que elas gostem de mim. Porque são elas quem me oferece as melhores conversas e as melhores gargalhadas. E com elas, eu não preciso abrir mão dos meus valores porque elas simplesmente sabem respeitar. Não preciso cantar ou dançar sempre a mesma música para estar em sintonia. E isso não significa que se eu iniciar a letra, elas não irão cantar junto. Garanto que vão cantar, dançar e até levantar as mãos.

Porque com elas, há cumplicidade, verdade e alegria. Com elas, eu aprendo novos valores, novas cores.

São elas quem eu admiro. E é disso que eu preciso.

Isso eu realmente preciso.

02 junho 2011

To Cookie.

"... me dê a mão, vamos sair pra ver o sol..."



 Ele poderia ter sido apenas um cara da faculdade, um cara da rodinha de amigos, um cara gente boa... desses que a gente cruza no caminho. Mas sabe?! Ele não quis... não.

 Ele preferiu ser o cara da faculdade e de toda a outra parte mais importante da vida, o melhor amigo entre os amigos, o cara indiscutivelmente gente boa que está ali, sempre, disposto a encontrar uma nova forma de me estampar o maior dos sorrisos.

 E eu? Eu preferi ser a garota dele.

Aquela que quer, antes de qualquer pensamento, vê-lo feliz, fazê-lo feliz.

 E se, dentro de toda a modestia que lhe é peculiar, ele diz que cookies são iguais a vinho sem prazo de validade: quanto mais envelhecido, melhor... Então que possamos comemorar juntos quantos anos vierem para o cookie máár lindo do mundo!


Amo. Felicidades!