22 julho 2010

A galera do Posto

 
Sexta-feira.
- Qual a boa de hoje?
Esticar depois do trabalho ou da faculdade... Ir para um barzinho, reunião na casa dos amigos, dançar música eletrônica, pegar um cinema, ir para o posto.
Para o posto?!
Na verdade, não precisa nem esperar até a sexta. Uma noite de quinta (entenda como quiser) no posto é mais do que badaladíssima.

Vários carros estacionados. Não, estacionados não, aglomerados. Porque lá não tem essa de resguardar o direito do outro de movimentar o seu carro quando não tiver mais afim de ficar. Não. Se quiser ir embora antes, com muito carisma e sorte, - É meu bem, com o tempo você percebe que carisma e sorte são fun-da-men-tais nessa vida ;) - você pode até conseguir que os donos dos três carros parados atrás se sensibilizem e abram espaço.

Sempre reparei, no caminho para casa, que havia uma reuniãozinha no posto de abastecimento. Queria até diminuir a velocidade e esticava o pescoço para ver a movimentação, mas não via nada demais que me fizesse parar ali. Um dia desses, enquanto comia no Subway mais próximo, eu observava a galera do posto...

Um carro pára. Desce uns garotos de 18 a 19 anos (imagino eu), de vez em quando carregando um de 17. Camisa pólo, jeans moderno e tênis com todo um desing especial. Abre o porta-malas e, então, surge um daqueles sons pancadão que a última finalidade é ouvir dentro do carro.

"Roda, roda com o copo na cabeça."

Outros carros vão parando em torno do som e a festa vai, aos poucos, se formando. Descem mini-saias, saltos 12, botas cano longo, decotes, plumas e paetês.
E se outro carro chegar com um som também pancadão?
Pronto... está aberto o concurso de som mais alto.

De um lado:
"Tentativas em vão, tentar tirar você do coração..."
Do outro:
"E vai descendo, descendo, perdendo a linha devagar e vai subindo, subindo, ela não pára de dançar..."

Uma festa eclética. Uma briga de egos.

Sons, pessoas (da terceira década também, é só olhar com boa vontade para um cantinho que se percebe logo eles ali, marcando presença)... Faltando só as bebidas para a festa ficar completa. Aí é que entra em cena as famosas Deli, delicatessen dos postos, suprimento para qualquer festinha de posto.
Pronto. Se joooga.

Não sei se é só um esquente para depois sair todo mundo junto para uma boate ou se a noite vira por ali mesmo.
Mas queria entender...

Por que ficar em pé a noite inteira, totalmente produzidos, apertados num posto, enquanto rola um som de carro sobrepondo o outro, pagando bem mais caro pela bebida?

Interrogação.