20 maio 2011

Consumistas Medianas.



Algumas pessoas costumam fantasiar relacionamentos. Querem fazer de todos eles a mesma história de amor. Querem agir em todos eles da mesma maneira... Como mocinha romântica em trama de novela.

Chegam até a desconsiderar completamente o fato de que pessoas bem diferentes, com gostos, pensamentos, momentos e objetivos diferentes, podem cruzar o nosso caminho. Conhecê-las ou não, vivê-las profundamente ou deixá-las de lado, é uma escolha em que poucos se dão o trabalho de pensar.

Minha mãe e eu não concordamos em certas compras. Estamos na prateleira dos frios e ela avista uma etiqueta laranja ou vermelha bem de longe, umas três seções depois. Passa por entre carrinhos, num espaço bem apertadinho, nem vê a nossa vizinha acima do peso na seção dos chocolates, chega até a largar o produto que estava vendo, só pra pegar o produto da promoção. E adivinhe: qual era o produto? Um ralador de batatas em formato de estrelinhas! Eu, curiosamente, pergunto pra que diabos ela quer um ralador de batatas em formato de estrelinha, e ela responde toda feliz: “Minha filha, ele era de R$ 19,90 por R$ 9,90. Não é uma compra excelente?”.

Toda vez que abro o armário, está lá no fundo o ralador de batatas em formato de estrelinhas... E sabe? Na minha casa, nunca saiu uma porção de batatas em forma de estrelinhas. É, o ralador não serviu para ela, mas não há jeito de fazê-la pensar diferente. E calma... Eu sou totalmente a favor das promoções. Mas, pelo amor de Deus, comprar algo de que não precisa não é economia, é gasto!

E é assim, sem pesar, sem enxergar o meio do caminho, sem pensar... Se serve ou não, se realmente precisa disso ou não, se consegue ou não entender o manual do produto. É exatamente assim, como uma consumista mediana, que algumas pessoas escolhem entrar numa relação. E isso se torna particularmente importante quando a outra pessoa deixou bem claro que não quer se envolver. Sim, naturalmente, existem pessoas que não querem levar nada adiante, além do momento. Mas, ainda assim, a mocinha romântica quer viver essa “história de amor”. Não vê que estar com uma pessoa que encara a relação de forma diferente da que você idealiza não é uma boa compra? Não é um ganho, é um gasto. Um gasto emocional.

E não se engane... “Não, eu não sou uma consumista mediana”. Às vezes, digo, muitas vezes, há quem comece uma relação achando que está ciente, bem ciente, de tudo e nas mesmas condições. Tenta conversar a mesma língua e quando nota... Envolveu-se. E nem percebeu. O limite entre viver e envolver é muito estreito.

Sentir-se atraída por uma relação em promoção não é difícil. E não é proibido. Claro que não! Volto a afirmar: Sou totalmente a favor de promoções. Mas, vamos lá, é preciso encarar os fatos e os sentimentos da mesma forma, no mesmo patamar. Viva profundamente se a promoção é igualmente imperdível. Deixe passar se você não está na vibe de um consumismo fora da média.

Promoção que vale a pena é aquela que você usa e não se arrepende, não se apega e descarta quando não serve mais. É óbvio que é bom. Sendo assim, sempre será. Se dura pouco ou muito, depende da qualidade e do manuseio do produto.

 

6 comentários:

  1. Concordo plenamente, ótima comparação!
    Adoro ler seus textos.
    beijos

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  2. Camilão, que prazer te ver por aqui! =)
    Suas visitas e comentários são muito, mas muito bem vindos!

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  3. Eñtão tá...
    eu fui uma promoção que valeu a pena, né?!?
    kkkkkkkkk
    Vc fez um ótimo negócio comigo!

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  4. Não, amor. Ainda não vi produto raro entrar em promoção. Você foi caro, bem caro. E não está mais no mercado (nem eu vou deixar). ;)

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  5. oowwwnnn (2)

    pronto! ja atualizei seu blog , li td e adorei td kkkk
    bjo

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  6. kkkkkk

    Aeee Mila! Antes do dia 20! Acho que aquela nossa conversa sobre a monografia surtiu efeito!

    kkkkk

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